LÍNGUA, INDIVÍDUO e SOCIEDADE EM PERSPECTIVA ENUNCIATIVA: problemática e horizontes epistemológicos

Autores

  • Silvana Silva UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.18817/rlj.v2i2.1742

Resumo

Quais relações é possível entrever entre língua, indivíduo e sociedade na obra de Émile Benveniste? É no entanto necessário lembrar que Benveniste apresenta problemáticas e organizações textuais completamente diferentes no bem conhecido Problemas de Linguística Geral I e II (doravante PLG) e no Vocabulário das Instituições Indo-Europeias. Nossa hipótese, baseada em nossa leitura conjunta dessas duas obras (Silva e Malcorra, 2016), é a de que no Vocabulário operacionalizam-se algumas análises das relações entre língua(s) e sociedade(s) e de que nos PLGs aprofunda-se a problemática da relação entre indivíduo e sociedade. O objetivo desse trabalho é o de equacionar essas diversas abordagens das relações entre língua, indivíduo e sociedade, procurando observar pontos de convergência e de complementação e aprofundamento teórico-analítico. Inicialmente, procuraremos fazer um levantamento da ocorrência de ‘indivíduo’ nos PLGs e contrastá-la com a ocorrência dos já consolidados termos locutor e pessoa. (Flores et. al, 2009).  Em seguida, nos questionaremos sobre o lugar da noção de indivíduo na teorização de Benveniste a partir dos textos “Da subjetividade na linguagem” e “Natureza dos pronomes”.

Biografia do Autor

Silvana Silva, UFRGS

Doutora em Estudos da Linguagem. Professora dos cursos de graduação e pos-graduação do Curso de Letras da UFRGS.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Teoria das Hipóstases. IN:__. O uso dos corpos. São Paulo: Boitempo, 2017, p. 159-170.

BAUDRILLARD, Jean. A sociedade do consumo. Rio de Janeiro: Elfos. Lisboa, Edições 70, 1985.

BAUMANN, Zygmunt. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

BENVENISTE, Émile. Problemas de Linguística Geral I. Campinas, SP: Pontes, 1990.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: Editora da USP, 2008.

BOUQUET, Simon. Introdução à leitura de Saussure. São Paulo: Cultrix, 1998.

CREMONESE, Lia. Os termos de Benveniste em ‘A natureza dos pronomes’ e as relações entre eles. Cadernos do IL. Porto Alegre, n. 40, junho 2010, p. 26-32.

DESSONS, Gerard. Émile Benveniste: l’ invention du discours. Paris: Editions In Press, 2006.

D’OTTAVI, Giuseppe. Designer et signifier le ‘savoir’: pour une nouvelle entrée du Vocabulaire des Institutions Indo-Europeenes d’Emile Benveniste. Fragmentum. Santa Maria: Editora Programa de Pós-Graduação em Letras, n. 41, ab-jun. 2014, p.31-50. Abr./Jun. 2014.

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: EDIPRO, 2012.

ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

FLORES, Valdir. Notas para uma (re)leitura da teoria enunciativa de Émile Benveniste. IN: FLORES, V. TEIXEIRA, M. O sentido na linguagem. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012, p. 149-166.

___.Valdir. Introdução à teoria enunciativa de Benveniste. São Paulo: Parábola, 2013.

___. Saussure e Benveniste no Brasil: quatro aulas na École Normale Supérieure. São Paulo: Parábola, 2017.

FLORES, Valdir. et. al. Dicionário de Linguística da Enunciação. São Paulo: Contexto, 2009.

FRANÇOIS, Thomas. Benveniste (Emile). Le vocabulaire des institutions indo-européennes. I :économie, parenté, société ; II : pouvoir, droit, religion. [Compte-rendu]. Revue belge de Philologie et d'Histoire. 1972, 50-1, p. 84-86. Disponível em:https://www.persee.fr/doc/rbph_00350818_1972_num_50_1_2905_t1_0084_0000_1?q=Vocabulaire+des+institutions. Acesso em: 08/05/2018.

HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

LABOV, William. The Darwinian paradox. IN:__. Principles of linguistic change: social factors. Volume 2 (Language in Society). Wiley-Blackwell, 2001.

LAMBERTERIE, Charles de. À propos du Vocabulaire des Institutions indo-européenes. Actes du Colloque Émile Benveniste vingt ans après. LINX,1997, p. 355-363.

LAPLANTINE, Chloé. Emile Benveniste et Le Vocabulaire des institutions indo-européennes », in Claire Joubert (dir.), Le texte étranger (2), Travaux 2006-2008, Saint-Denis: Presses universitaires de Vincennes, collection « Travaux et documents », 2009, p. 125-130.

MALAMOUD, Monsieur Charles. L’oeuvre d’Émile Benveniste: une analyse linguistique des instituitions indo-européenes (note critique). In: Annales. Économies, Sociétés, Civilizations, 26 année, n. 3-4, 1971, p. 653-663.

MARRA, Daniel. MILANI, Sebastião. O locus da língua: reflexões metateóricas acerca da noção de língua como um fatos social em William Labov. Estudos da Lingua(gem). Vitória da Conquista. V. 12, n. 2, p.51-71, dez. 2014.

NORMAND, Claudine. Os termos da enunciação em Benveniste. In: OLIVEIRA, Sergio Lopes; PARLATO, Erika Maria;RABELLO, Silvana. (org.) O Falar da Linguagem (Série linguagem). São Paulo: Lovise, 1996.

ONO, Aya. La notion d’énonciation chez Benveniste. Limoges: Lambert-Lucas, 2008.

SILVA, S. MALCORRA, B. Sociedade, Sociedades: epistemologia para estabelecer princípios de uma teoria social da enunciação. Contextos linguísticos, v. 10, série 17, 2016, p. 236-253. Disponível em: http://www.periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/14802

Downloads

Publicado

2018-12-27

Como Citar

SILVA, S. LÍNGUA, INDIVÍDUO e SOCIEDADE EM PERSPECTIVA ENUNCIATIVA: problemática e horizontes epistemológicos. REVISTA DE LETRAS - JUÇARA, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 291–309, 2018. DOI: 10.18817/rlj.v2i2.1742. Disponível em: https://ppg.revistas.uema.br/index.php/jucara/article/view/1742. Acesso em: 19 abr. 2024.