FUI NO MANGUE CATAR LIXO, PEGAR CARANGUEJO, CONVERSAR COM O URUBU”: ESTUDO SOCIOECONÔMICO DOS CATADORES DE CARANGUEJO NO LITORAL NORTE DE PERNAMBUCO

Autores

  • Roberta Sá Leitão BARBOZA
  • Sigrid NEUMANN-LEITÃO
  • Myrian Sá Leitão BARBOZA
  • Luciana Matos Andrade BATISTA-LEITE

DOI:

https://doi.org/10.18817/repesca.v3i2.91

Palavras-chave:

caranguejo, sócio-economia, manguezal, Pernambuco.

Resumo

Os catadores de caranguejo utilizam instrumentos rústicos por eles adaptados e técnicas manuais para extração do caranguejo nos manguezais. Esta atividade representa para eles grande importância econômica através da geração de empregos e renda. Atualmente, a espécie encontra-se bastante ameaçada em alguns Estados brasileiros. Para reduzir a possibilidade de sua extinção foram realizadas algumas medidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para promover sua preservação. Entretanto, não foram integradas ações conservacionistas a fim de garantir a extração sustentável do recurso. Desta forma, o principal objetivo deste trabalho foi realizar um estudo da atividade sócio-econômica dos catadores de caranguejo-uçá nos estuários do rio São Lourenço e do rio Catuama, Goiana, PE – Brasil. Os dados foram levantados no mês de março de 2004 através de entrevistas semi-estruturadas com aplicação de formulários e registro fotográfico. Os principais resultados demonstram que a maioria dos entrevistados apresentaram padrão de vida e saúde ambiental muito baixos e que os impactos ambientais vêm reduzindo a população de caranguejo-uçá, levando os catadores a exercerem outras atividades rentáveis. O estudo também evidenciou diferença na importância sócio-econômica da catação do caranguejo entre as comunidades estudas, tendo maior expressão na comunidade de São Lourenço. Apesar da importância significativa da atividade, refletida no abastecimento do recurso nos principais mercados públicos regionais, bem como contendo teor protéico elevado e gerando de renda para os catadores de caranguejo, estes obtém pouco usufruto da venda devido à falta de valor agregado ao produto. Assim, é indispensável considerar as especificidades regionais entre as relações do catador e do caranguejo, além da bioecologia do animal na efetivação de planos de manejo do uso do recurso.

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Publicado

2009-04-13

Edição

Seção

Trabalhos Técnicos