“EFEITO DE REAL” VERSUS SOBRENATURAL: UM CONFLITO NECESSÁRIO À CONSTRUÇÃO DA FANTASTICIDADE EM ESFINGE, DE COELHO NETO
Resumo
A partir da noção de efeito de real, marca, segundo Roland Barthes (1971), essencial para os textos realistas, busca-se compreender como a narrativa Esfinge, do escritor caxiense Coelho Neto, utiliza estratégias de descrições do mundo extratextual para, aos poucos inserindo fatos sobrenaturais, construir o que pode se chamar de fantasticidade da obra. Assim, defendemos que a construção do fantástico na obra em análise está atrelada à forma como a narrativa utiliza as referências do mundo real e como elas, por se oporem aos fatos fantásticos da obra, impõem no leitor a solução de uma dúvida. A pesquisa segue os direcionamentos teóricos de Tzvetan Todorov (1975), Antonio Compagnon (2010), David Roas (2014) e Irlemar Chiampi (2015).
Referências
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