A DUPLA ARTICULAÇÃO DE TRADIÇÃO E RUPTURA NA CANÇÃO DE RAPADURA
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v2i2.1708Resumo
A produção artística do Nordeste posterior ao advento do Modernismo brasileiro, quando analisada, permite ao seu estudioso postular para essa região a hipótese de um conceito de modernidade bastante diverso daquele apresentado pelo restante da arte moderna brasileira. O Nordeste, enquanto região mais pobre do Brasil, se encontra numa espécie de periferia econômica e cultural que, ao longo do tempo, foi retratada pelos textos artísticos, acadêmicos e jornalísticos através de estereótipos e discursos preconceituosos que o reduziram ao “lugar do atraso”. A partir da obra do jovem rapper cearense RAPadura, o presente artigo pretende analisar como as canções de seu EP Fita embolada do engenho – Rapadura na boca do povo, de 2010, (re)elaboram o discurso da tradição, historicamente construído para caracterizar a cultura nordestina e o afina com o discurso do protesto e da ruptura, inerente ao gênero musical rap, contrapondo-se, assim, às visões reducionistas e preconceituosas sobre o Nordeste, ao mesmo tempo que reafirma e valoriza as tradições e práticas que enriquecem e definem seu povo.Referências
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