CARVALHO JÚNIOR: O POETA DA ALCOVA
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v4i1.2154Resumo
Mesmo sendo um dos poetas mais expressivos da geração de 1870, Carvalho Júnior prossegue numa espécie de ostracismo em nossas letras. Pelos versos demasiado lascivos e picantes para o gosto de sua época, o poeta acabou sendo relegado para o segundo plano dos estudos literários, permanecendo como mera figura de transição entre Romantismo e Parnasianismo. Levando em conta que os tempos são outros e que o erotismo não é mais visto com maus olhos em literatura, o objetivo deste artigo é trazer e discutir algumas de suas produções poéticas, a fim de demonstrar suas qualidades, a despeito de qualquer visão moralizante de sua obra. Para tal, iniciamos traçando um breve panorama sobre quem foi Carvalho Júnior, o que e onde escreveu, bem como as principais influências de sua obra; seguimos com a apresentação de alguns elementos formais de Hespérides, segunda seção do livro Parisina (1879), para em seguida nos determos sobre o erotismo contido em seus versos; efetuamos uma relação entre o canibalismo amoroso de Carvalho Júnior e o da tradição literária do Brasil; e, por fim, nos questionamos sobre o seu lugar na história da poesia brasileira.
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