O TRABALHO LITERÁRIO PRESENTE NO POEMA MODERNISTA COBRA NORATO: UMA LEITURA DA TRADIÇÃO NA RUPTURA.
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v4i1.2162Resumo
Além de empenharem-se por uma autonomia cultural brasileira, é sabido que as obras nascidas sob a égide ideológica da Semana de 22 esforçaram-se em desprezar convictamente a tradição e os cânones formais. Cobra Norato, poema maior de Raul Bopp, publicado pela primeira vez em 1931, pretendeu confirmar tais premissas. Entretanto, no substrato do folclore amazônico que permeia esta poesia, podemos observar um trabalho literário que recupera metáforas e insumos clássicos. Solicitando a noção de pathosformel (Warburg, 2010), o presente artigo investiga como a linguagem poética de Cobra Norato (1931) repete magistralmente o imaginário mítico em sua macro e microestruturas, apontando para uma noção secular sobre arte – e por conseguinte sobre a Literatura - como artefato estético. Em paralelo a tal questão, este trabalho analisa como signos comuns à cultura clássica atravessam esta poesia de corrente modernista. Veremos assim, que o modo de refazer poeticamente o mito serpentário não se furtará ao diálogo com a antiguidade greco-latina, sugerindo a sobrevivência da tradição na ruptura.
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