SATANISMO E DECADENTISMO EM REZAS DO DIABO, DE WENCESLAU DE QUEIRÓS
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v4i1.2226Resumo
Na última quadra do século XIX, quando já fenecera o ultrarromantismo byrônico da Academia Paulista e o cientificismo alçava esperançosos voos, a provinciana São Paulo foi palco de uma perturbadora manifestação poética. Respeitadíssimo entre os seus, Wenceslau de Queirós fazia correr a pena diabólica pelos jornais da capital e, sobretudo, pelas páginas do Correio Paulistano. O ilustre poeta, hoje tomado como precursor do simbolismo brasileiro, anunciava periodicamente o lançamento de um volume que só viria a ser publicado depois de sua morte, em 1939: as Rezas do Diabo. O título provocativo fazia referência à poesia que se vinha produzindo sob o estro baudelairiano e, como não poderia ser diferente, causou certo alvoroço entre os castos leitores: satanismo, erotismo, terror, blasfêmias – tudo estava nas páginas do seu livro. Mas terá sido Wenceslau de Queirós um verdadeiro satanista? Se não o foi, o que buscou representar com as suas invocações diabólicas? Terá sido um decadentista ou um realista? Eis algumas das questões que pretendo desenvolver ao longo deste trabalho, sobretudo com o objetivo de mostrar que Wenceslau de Queirós foi um poeta mais complexo do que se costuma pensar.
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