VERDADE ARTÍSTICA E RESISTÊNCIA POLÍTICA EM KAFKA E QUEERMUSEU
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v5i01.2587Resumo
No atual contexto de avanço das forças conservadoras e da progressiva degradação das bases democráticas que assentam o Estado brasileiro, faz-se procedente a releitura crítica de “O artista da fome”, conto da última produção de Franz Kafka (1883 – 1924), bem como do ensaio “O Direito à Literatura”, texto seminal de Antonio Candido. Ao compreendermos o ofício do jejuador como uma alegoria do fazer artístico e da verdade do artista, o qual não sucumbe à indústria da cultura e do entretenimento, a resistência assumida por esse “artista da fome” ilustra a angústia que acomete o homem moderno, imerso nas contradições entre o progresso tecnológico e a exclusão social. Tal situação narrativa se alinha ainda ao episódio de censura à exposição “Queermuseu – Cartografia da Diferença na América Latina”, em função de ataques de grupos religiosos e conservadores, encerrada pelo Santander Cultural em 2017, na cidade gaúcha de Porto Alegre. Além de abordarmos as inovações formais – na narrativa kafkiana na expressão pictural da tela Cruzando Jesus com o Deus Shiva, de Fernando Baril, da referida mostra –, mostramos como a arte e a literatura configuram poderosos e humanizadores instrumentos de educação e instrução, além de apreensão crítica da realidade e engajamento político.
Palavras-chave: Franz Kafka. Queermuseu. Antonio Candido. Arte. Resistência.
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