RASTROS, MEMÓRIA E DRAMA HUMANO NO ROMANCE BANGUÊ
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v6i1.2825Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar uma leitura do romance Banguê (1934), de José Lins do Rego, a partir da teoria do rastro, de Walter Benjamin (2006), (SEDLMAYER, GINZBURG, 2012). Banguê apresenta como tema central o contexto dos engenhos de cana de açúcar do nordeste brasileiro e tem como narrador protagonista Carlos de Melo, neto do senhor de engenho coronel José Paulino. Será a partir das retomadas de Carlos (os rastros) que o leitor compreenderá o que aconteceu em seu passado. A partir das transformações vividas por Carlos e pelo engenho Santa Rosa, tentaremos mapear os rastros que a narrativa apresenta para significar os restos. É possível perceber que a trajetória vivida por Carlos de Melo revela um encontro entre passado e presente, um passado de abundância e apogeu do Santa Rosa; um presente de decadência do engenho e de solidão de Carlos de Melo. Desse modo, o rastro consiste em um procedimento interpretativo do passado que pressupõe pensar a narrativa a partir do ponto de vista histórico, situando a coisa vivida em tempos de outrora. Segundo Ginzburg (2012), romances com Banguê expõem mundos conflituosos sem conciliação em que a estranheza se acentua. Em meio a tantos conflitos vivenciados pelas personagens, podemos tentar compreender o passado histórico, econômico e social do país.
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