GONÇALVES DIAS: MEU BRASIL, BRASILEIRO

Resumo

No dia 10 de agosto de 2023, Gonçalves Dias completaria 200 anos de nascido. Parece que o Brasil não precisa lembrar desse poeta que modelou nosso rosto, fez germinar nossa identidade independente, nos deu pertencimento, nos ensinou a sentir saudade e orgulho de sermos brasileiros. Quem somos nós? É difícil ser brasileiro, é muito difícil porque a nossa singularidade é plural. Somos mestiços por excelência. O português que falamos nos revela, diz quem somos em múltiplos sotaques. Eu me orgulho de pertencer ao Brasil emoldurado por Gonçalves Dias. Gonçalves Dias nasceu em Caxias, no interior do Maranhão, mais próximo de Teresina que de São Luís, nos cafundós de um país que acabara de se tornar independente, no ano anterior. Um país cuja identidade mal engatinhava. Tudo o que sabíamos de nós e do mundo era aquilo que o colonizador via e dizia. Não tínhamos voz, tampouco o espelho refletia a nossa cara. Gonçalves Dias é mais que tudo referência. O que busco é uma possibilidade de leitura de Gonçalves Dias, direcionando o foco para os sentimentos de brasilidade e pertencimento que ele provoca em nós. Mais que tudo, trago o desejo de que não seja esquecido quando caberia se comemorar seus 200 anos. Fica-me a impressão de que a nossa brasilidade dança ao sabor das palhas das palmeiras ou dos coqueiros, e que, agora, é o próprio sabiá quem gorjeia nos versos do samba, a cantar: Brasil, meu Brasil, brasileiro.

Palavras-chave: Gonçalves Dias. Identidade. Pertencimento. Brasileiro.