SE A RUA BEALE FALASSE NO CINEMA: A ADAPTAÇÃO EM PERSPECTIVA NÃO DERIVATIVA
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v7i2.3480Resumo
O presente artigo apresenta uma análise sobre a adaptação do romance Se a rua Beale falasse (2019), de James Baldwin, no filme homônimo escrito e dirigido por Barry Jenkins (2018). Para tanto, discorremos sobre a perspectiva de Baldwin (2020) em torno da criação literária, e o diálogo desta com a discussão presente em Harpham (1999), Serpell (2014) e Morrison (2020). A breve análise do romance destaca a construção de quadros de celebração e ternura como estratégia de sobrevivência e alternativa aos estereótipos atrelados à experiência negra nos Estados Unidos. Para discutir a adaptação de Jenkins, primeiramente discorremos sobre os estudos da disciplina com base nos textos de Hattnher (2013), Hutcheon (2013), Elliott (2014) e Leitch (2003, 2008), com destaque para a ideia de adaptação não derivativa, que entende o processo direcionado para além de uma consideração sobre um texto-fonte (romance) para o texto-alvo (adaptação fílmica). No filme, interpretamos a fotografia, em que predomina tons opacos e sombras, em diálogo com o pensamento de Baldwin sobre a crítica social nas artes. Além disso, o diretor adapta os quadros de ternura do romance, recorrendo ao seu acervo memorialístico, marcando o processo como diálogo estético em que prevalece a criação artística.
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