A MAGIA DE ESCREVER TEXTOS ACADÊMICOS ESTÁ AMEAÇADA PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?
DOI:
https://doi.org/10.18817/pef.v28i2.3520Resumo
O artigo analisa os dados e as percepções de um grupo de graduandos em Pedagogia e outro de pós-graduandos em Educação a respeito do seu eventual conhecimento e uso da IA para produzir textos, além de averiguar os sentidos das suas respostas por análise de conteúdo (BARDIN, 2011). De maneira exploratória e descritiva, foram examinados 231 questionários e 33 entrevistas. A tendência de uso da IA na produção escrita é maior entre graduandos do que pós-graduandos (53,7% frente a 29,3%), o que pode ser sintetizado por meio das palavras facilidade ou praticidade, relacionadas ao enfoque funcional; e, na oposição, no grupo dos pós-graduandos, o sentido crítico pode ser vislumbrado através dos significantes autoria, texto inédito, ética e moral. As noções comuns de oposição ao uso da IA na geração da escrita por estudantes, manifestadas por pós-graduandos e graduandos, evidenciaram três categorias: a) texto/escrita, associados ao gosto e paixão pela escrita, identidade pessoal e autoral; b) autonomia intelectual, pela perspectiva de assumir e reconhecer as suas próprias palavras no texto e demonstrar proficiência; c) ética e moral, pelo viés da desonestidade, fraude e atributos do que é lícito ou permitido institucionalmente. Nesses sentidos, predomina a dimensão do indivíduo. Nos dois grupos, há amplo desconhecimento da IA para produzir texto. A elaboração textual mediada por IA não é algo da magia, mas de seres humanos concretos.
Palavras-chave: Inteligência Artificial; Texto Escrito; Estudantes.