CHAMADA DE ARTIGOS DOSSIÊ 2025.2 - Finitude e responsabilidade humana na História

2024-02-26

Dossiê 2025.2 - Finitude e responsabilidade humana na História


Mara Regina do Nascimento (UFRGS)
Mauro Dillmann (UFPel)

 

A morte e os mortos estão presentes de diferentes formas, em distintos tempos e sociedades. A perda, a ausência, a finitude dos seres humanos podem ser experienciadas por meio de sentimentos diversos, como lamentos, reivindicações, aceitações. Mobiliza e afeta, ou não, os sujeitos, que respondem a ela de acordo com suas crenças, expectativas ou ideologias. Longe de serem manifestações inatas ou naturais, as expressões diante da morte resultam de construções culturais específicas, muitas vezes diversas em um mesmo universo social, variadas em função da condição de desigualdade de ordem econômica, racial, étnica ou de gênero. Mais do que pensar as formas muitas vezes contraditórias de como as sociedades e os Estados encaram a morte do outro, está a necessidade de problematizar o que promove a morte, quem morre e quem mata, quem e como protege a vida (quais vidas?) e a memória dos mortos (quais mortos?), quem assume responsabilidade diante de mortes não-naturais, violentas, suicídios, massacres, genocídios, quem lucra com a morte. Cumpre questionar quais foram (e são) as importâncias simbólicas e materiais da vida e da morte, especialmente quando recortamos o universo social e identificamos os corpos: do ente querido, do estranho, do escravizado, da pessoa em situação de rua, do indígena, dos “bandidos”, dos terroristas, dos velhos e velhas, do inimigo de guerra, das pessoas de diferentes identidades de gênero. Como e por que a vida destas pessoas chega ao fim, como foram e são protestadas, representadas, figuradas. São mortes evitadas ou desejadas, noticiadas ou silenciadas, sofridas ou comemoradas. Este dossiê procura reunir textos que reflitam sobre a finitude e a responsabilidade humana em diferentes momentos da História, da Antiguidade ao tempo presente.