A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL, A MUTABILIDADE DOS COSTUMES E A PERPETUAÇÃO DA MEMÓRIA: OS ENTERRAMENTOS CASTREJOS E CELTIBEROS

Autores

  • Silvana Trombetta

Palavras-chave:

Celtiberos, Espaço funerário, Iberia Romana

Resumo

A questão funerária relativa aos castrejos e celtiberos entrelaça-se com o habitat no qual os mesmos viviam. Nos assentamentos castrejos, as mudanças no padrão funerário - das urnas presentes no interior das cabanas para um local próximo ao núcleo familiar e, posteriormente, para o espaço diferenciado da necrópole - são, muitas vezes, creditadas exclusivamente ao contato com os romanos, sem que haja um estudo mais aprofundado da distribuição espacial. No caso dos cemitérios celtiberos, embora exista uma peculiar organização interna do espaço funerário, ocorrem variações que devem ser melhor examinadas. É o caso, por exemplo, da necrópole de Numância, na qual o adensamento faz com que autores como Lorrio, pensem em justificativas funcionais para a danificação das armas encontradas no cemitério: tal ato seria devido não somente ao ritual de destruição sagrada, mas também ao aspecto prático do espaço disponível para o enterramento. A procura dos fatores que geraram a mudança nos padrões funerários pautar-se-á, desse modo, tanto na inter-relação cultural entre castrejos e romanos ou celtiberos e romanos (cuja análise será centrada na documentação material, vista como essencial para detectar o aspecto ligado à memória) quanto na própria organização espacial dos enterramentos de ambos os povos.

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Publicado

2019-12-19