Narrativas mitológicas e o papel da mulger na constituição da nobreza portuguesa através do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18817/brathair.v19i2.2284

Palavras-chave:

Mulher, Nobreza, Linhagens, Melusina, Aristocracia

Resumo

Uma das peculiaridades do Livro de Linhagens do Conde D. Pedro é exatamente o fato de ele não ser exclusivamente uma genealogia. Esta característica por si só faz desta espécie de “crônica da memória nobre medieva” de Portugal uma das fontes mais ricas e interessantes no que diz respeito ao conhecimento da aristocracia. O livro contém narrativas diversas de cunho variados, desde narrativas históricas, passando por anedotas e narrativas de fundo mítico. Estas últimas revelam-se de fundamental importância para compreender as estratégias e recursos utilizados pela nobreza para afirmar o seu poder. Em sua maioria, são textos curtos, mas embebidos de simbolismos, como não poderia deixar de ser, pelas suas constituições internas, que tendem a explicar a origem de uma linhagem de renome. Estas histórias não são exclusivas da nobreza portuguesa, as de fundo mítico então parecem reportar a outras congêneres que circulavam em grande parte da Europa, compondo um fundo cultural comum. São páginas sobre famílias de toda a Península Ibérica, galegas, castelhanas, navarras e portuguesas. Pretendemos aqui analisar como essas narrativas, através do papel da mulher, construíram uma legitimidade de fundo mítico para a aristocracia.

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Publicado

2020-12-09

Edição

Seção

Dossiê 2019.2