Apontamentos sobre virilidade e inteligibilidade de gêneros na proposta de identidade cristã de Agostinho de Hipona na Primeira Idade Média

Autores

  • Wendell dos Reis Veloso

DOI:

https://doi.org/10.18817/brathair.v19i2.2285

Palavras-chave:

Gênero, Agostinho de Hipona, Identidade Cristã, Virilidade

Resumo

Esse artigo analisa como nas reflexões do eclesiástico católico Aurélio Agostinho (354-430), bispo da cidade africana Hipona, sobre a pessoa cristã estabelecida como padrão universal, esta acaba por se confundir com os seres entendidos como masculinos, os homens, por sua vez, diferenciados das “outras”, entendidas como o específico que necessita de decodificação em um claro processo de criação social das identidades masculinas e femininas. Dá-se especial atenção ao modo como ocorre esta dinâmica, uma vez que ela é interrogada por um sistema de gênero único e diferenciado a partir de hierarquias de perfeição, o qual, por sua vez também se associa a uma concepção de corpo único. A partir do entendimento comum aos Estudos de Gênero, de que as relações sociais de poder produzem as identidades que pretendem conformar, também objetivo, portanto, refletir sobre como o discurso agostiniano ao associar pecados à determinada performatividade de gênero fazem referências explícitas apenas às devotas cristãs, construindo assim em seu vazio uma masculinidade que se pretende como padrão já que nem mesmo é alvo de reflexão. Metodologicamente me valerei de contribuições da Análise do Discurso, tal qual proposta por Dominique Maingueneau, para análise dos tratados agostinianos “Confissões” (c. 397), “Dos Bens do Matrimônio”, “A Santa Virgindade” (c.401) e “A Cidade de Deus” (c.413-427).

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Publicado

2020-12-09

Edição

Seção

Dossiê 2019.2