Análise da suscetibilidade à desertificação do município de Pentecoste-CE
DOI:
https://doi.org/10.18817/26755122.28.2.2024.3847Resumo
O presente trabalho objetiva realizar uma análise da suscetibilidade à desertificação do município de Pentecoste, a partir da aplicação de cinco indicadores geobiofísicos de desertificação: permoporosidade dos litotipos; declividade; espessura do solo; erosão do solo e cobertura da vegetação, baseados na metodologia de Oliveira, Semedo e Oliveira (2014) e Oliveira (2011). A pesquisa se dividiu em três etapas: levantamentos dos dados, diagnóstico e trabalhos de campo. Os resultados demonstram que o predomínio de relevos com topografia pouco acidentada, como no caso das unidades das planícies e depressão sertaneja, permite o desenvolvimento de práticas de uso e ocupação, como a expansão urbana, atividades agropecuárias e extrativistas. A associação de Luvissolos, Planossolos e Argissolos se enquadram como moderadamente rasos, apresentam limitações moderada a forte ao uso agrícola e estão relacionadas a ocorrência de processos erosivos na área de estudo. A degradação do solo é mais perceptível nas áreas de solo pouco espesso que tem seus horizontes removidos pela influência direta das ações antrópicas e exibem áreas de solo desnudo com presença de pedregosidade e pavimento detrítico. Destaca-se que o chão pedregoso comumente encontrado na Depressão Sertaneja de Pentecoste evidencia a remoção do material fino pela erosão expondo a perda de horizontes e as marcas nítidas de forte degradação e desertificação. A área também demonstra impactos ambientais, principalmente voltados ao desmatamento, queimadas e descaracterização da paisagem, ocasionados pela pressão antrópica sobre a vegetação de Pentecoste.