RASTRO E MEMÓRIA EM ANGÚSTIA
Resumo
O presente artigo busca analisar a evocação das lembranças de Luís da Silva, narrador de Angústia, de Graciliano Ramos. Em se tratando de um herói que narra fatos passados, o intento deste trabalho é averiguar como sua memória se reconstrói à proporção que repassa sua história, tentando compreender quais são os rastros, as marcas do passado que permanecem no presente do protagonista. Para isso, o artigo discute acerca do processo de reconstrução da memória com Halbwachs (2003), Bosi (2007) entre outros, e sobre as ideias de rastro de Walter Benjamin arrazoadas por Ginzburg (2012), Janz (2012) e Gabnebin (2012). À luz de tais discussões, entende-se que a narração faz, principalmente, da amada e desalmada Marina e da “cara balofa” de Julião Tavares lembranças que cultivam um hoje aflito para Luís da Silva. Este evoca um passado que ressignifica o presente, uma vez que determinadas recordações (re)aparecem compondo um novo sentido que alimenta sua vingança contra o rival rico. A vida na antiga vila e as decepções causadas pela antiga noiva aspirante ao luxo constituem lembranças num processo de rememoração que explicam fracasso, vingança e angústia, evidenciando ao leitor os rastros que fazem do protagonista um herói decepcionado, angustiado.
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