INVENTAR E FINGIR O PASSADO: O EQUÍVOCO DE MEMÓRIA EM INFÂNCIA, DE GRACILIANO RAMOS
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v6i1.2820Resumo
O presente texto analisa a obra Infância, de Graciliano Ramos, tendo como objetivo demonstrar o modo como a construção da memória nessa narrativa pode ser lida por meio do conceito de equívoco de memória, que tem como premissa a ideia de equivocidade controlada do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro (2018; 2005). No estudo, é possível identificar momentos em que o trabalho de tradução do passado é trazido à superfície do texto por meio da utilização de uma linguagem incerta e escorregadia do narrador ao contar episódios de sua infância mais distante. Ao longo do livro essa linguagem vai se tornando mais assertiva, buscando escamotear o equívoco de memória, operação que não nega a presença de tal equívoco, que se constitui como condição inerente à própria materialidade do texto. A análise conclui que a construção narrativa da memória na obra revela um espaço de exacerbação da alteridade quando lida por meio do ponto de vista do equívoco de memória.
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Copyright (c) 2022 Leandro De Bona Dias, Mário Abel Bressan Júnior
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