EMICIDA E MCK ENTRE A RIMA E A LUTA: UMA LEITURA DO RAP EM ANGOLA E NO BRASIL

Autores

  • Elivelton dos Santos Melo Melo Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
  • Silvana Carvalho da Fonseca Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.18817/rlj.v6i3.2985

Resumo

Este texto analisa as produções estéticas Rap Crespo, do rapper angolano MCK, e Ismália, do rapper brasileiro Emicida. Visa-se discutir as aproximações, diferenças e diálogos nas produções artísticas dos rappers angolano e brasileiro a partir de um olhar crítico e decolonial, articulando experiência histórica e experiência estética. Separados pelo oceano atlântico, Angola e Brasil são constituídos por diferentes culturas e modos de vidas, porém mantêm uma proximidade histórica e linguística; ambos os países foram colonizados pelos portugueses, os quais impuseram um imaginário, uma língua e forçaram essas populações a passarem por um processo violento de escravização e dispersão forçada. Portanto, essas múltiplas realidades que atravessam o contexto pós-colonial carregam heranças escravocratas e coloniais, por isso os artistas/ativistas desses dois espaços mantêm interligações na busca pela reconstrução de imaginários ligados às populações negras a partir de narrativas e práticas artísticas que produzem um novo olhar sobre as experiências negras no mundo a contrapelo da violência que desumaniza corpos negros. Assim, amparados na produção artística angolana e brasileira, procuramos pensar na mobilização de “textos outros” na educação brasileira, baseados em leis como a 10.639/03 e a 11.645/08 que trazem a obrigatoriedade do ensino das relações étnicas e raciais na educação nacional, conduzindo, desse modo, possíveis caminhos de luta antirracista através da educação decolonial.

Biografia do Autor

Silvana Carvalho da Fonseca, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Doutora em Teorias e Críticas da Literatura e Cultura, com ênfase em estudos comparados entre Brasil, Angola e Portugal pela Universidade Federal da Bahia (2019). Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (2014). É professora de Culturas e Literaturas africanas de língua portuguesa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Coordena o programa de extensão PoÉticas Periféricas e Produções de Vida no Recôncavo da Bahia" na UFRB e a coleção DasPretas, pela editora Segundo Selo, que tem como foco a publicação de mulheres negras no Brasil. Atua como pesquisadora nos grupos de pesquisa “Territorialidade, Patrimônio de Violência no Recôncavo da Bahia” (UFRB), e “Rasuras: Letramentos de Reexistência na diáspora negra” (UFBA). Desenvolve pesquisa voltada para Expressões Periféricas em língua portuguesa, Literaturas Africanas de língua portuguesa, a partir das relações entre experiência histórica e experiência estética, com foco principal em inscrições de gênero, raça e classe.

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Publicado

2022-10-13 — Atualizado em 2022-10-28

Versões

Como Citar

MELO, E. dos S. M.; CARVALHO DA FONSECA, S. . EMICIDA E MCK ENTRE A RIMA E A LUTA: UMA LEITURA DO RAP EM ANGOLA E NO BRASIL . REVISTA DE LETRAS - JUÇARA, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 66–86, 2022. DOI: 10.18817/rlj.v6i3.2985. Disponível em: https://ppg.revistas.uema.br/index.php/jucara/article/view/2985. Acesso em: 19 abr. 2024.