AUTORRETRATO FEMININO: UMA LEITURA FILOSÓFICA DO ROMANCE “JORNADA DIABÓLICA” DE KATHLEEN WINSOR
DOI:
https://doi.org/10.18817/rlj.v2i1.1565Resumen
Atualmente a significação social das mulheres vem sendo mundialmente tema para inumeráveis exposições literárias, desde trabalhos acadêmicos até poesias marginais. Contudo, pensamos existir um nicho particularmente ignorado sobre o assunto: trata-se da literatura romanceada menor, de pouco destaque pela crítica literária, ainda desconhecida do público e que desenvolva a trama tendo a mulher ou a feminilidade como temática central. Mais que isso, trata-se desta literatura preferencialmente segundo a produção por parte de escritoras mulheres. Assim, o objeto deste artigo é o romance da escritora estadunidense Kathleen Winsor intitulado Jornada Diabólica, onde apresenta o mundo feminino em meados do século XX por meio de uma narrativa ficcional. A maneira como abordaremos este objeto será guiada, com a ajuda de alguns pensadores contemporâneos, pela interpretação filosófica dos principais pontos componentes do romance, que pode ser sintetizado como um triangulo amoroso que se passa no inferno. O caráter fantasioso do enredo não nega ou esvazia o sentido realístico que o ser-mulher é trabalhado pela autora; pelo contrário, a metaforização que estabelece o inferno como a região em que tudo acontece representa um artificio literário aproximativo da ideia de inferno ao contexto real. Ou seja: entre a realidade terrena e o inferno há muitas semelhanças, principalmente concernente ao papel da mulher. O principal objetivo deste texto é desenvolver pela argumentação filosófica a verticalização de uma obra aparentemente desimportante, assim demonstrando que mesmo a literatura fantástica de pouca expressão tem muito a contribuir sobre temas atuais, como o caso da performance social da mulher.Citas
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