PERFIL E DESEMPENHO DE CURSOS DE LICENCIATURA NO BRASIL EM UMA DÉCADA DE ENADE (2011-2021)
DOI:
https://doi.org/10.18817/pef.v29i1.3741Resumo
A democratização do acesso à educação superior brasileira, via implantação de políticas de ação afirmativa (PAA), ampliou o ingresso de grupos excluídos e gerou questionamentos sobre seu desempenho. Para contribuir com o debate, caracterizamos mudanças no perfil de estudantes de cursos de licenciatura de todo o país (matemática, educação física, ciências biológicas, letras e pedagogia) e identificamos variáveis institucionais que interferem no desempenho do curso de pedagogia em uma década de Enade, série 2011, 2014, 2017 e 2021. Tendo por fonte os microdados do exame, para elaborar o perfil consideramos: cor/raça; escola de ensino médio; renda familiar; ingresso por PAA; escolaridade da mãe; e situação de trabalho. Para a análise de desempenho utilizamos: organização acadêmica, categoria administrativa e modalidade de ensino. Os resultados apontaram alterações no perfil de todos os cursos, com destaque para a renda, atestando efetividade das PAA. Tiveram maior desempenho instituições públicas e, dentre estas, notadamente institutos tecnológicos e universidades, cujas médias na modalidade presencial ficaram bastante acima da modalidade a distância. No âmbito das instituições privadas, as sem fins lucrativos mostraram melhores resultados que as lucrativas. E, no geral, cursos com ensino presencial tiveram maior desempenho. O conjunto de dados denota necessidade de políticas públicas de gestão da qualidade das instituições, capazes de identificar elementos que asseguram a qualidade da formação e de gestão institucional para promover a permanência dos estudantes, especialmente os de baixa renda, a fim de assegurar a inclusão dos novos sujeitos e efetiva democratização da educação superior.
Palavras-chave: perfil, desempenho, Enade, inclusão, licenciatura.