CÍRCULO DE LEITURA NA EJA EM DIÁLOGO COM A PAISAGEM URBANA DE VITÓRIA: UMA EXPERIÊNCIA DE ALTERIDADE A PARTIR DA “ROSA CARAMELA” E DA “PIETÀ DO LIXO”
DOI:
https://doi.org/10.18817/26755122.26.3.2022.3073Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos. Alteridade. Paisagem urbana. Círculo de leitura.Resumo
Este texto tem por objetivo apresentar uma experiência com o “Círculo de Leitura”, realizada na EMEF Admardo Serafim de Oliveira, com os estudantes do conclusivo do segundo segmento da EJA, com o propósito de formar leitores, cuja postura crítica diante do texto seja evidenciada tanto na sua própria vida como na comunidade em que está inserido; para isso consideramos Freire (1987; 2001). Para a leitura literária adotamos o conto “Rosa Caramela” de Mia Couto (1998) o que desdobrou na interação dos estudantes com a paisagem urbana de Vitória, a partir da qual identificam a escultura “Pietà do lixo”. Partimos do conceito de Carlos (2009) para a abordagem sobre a paisagem urbana. Para apresentar as considerações acerca da temática da alteridade e identificar aspectos a ela relacionados no conto, baseamo-nos em Bakhtin e seu Círculo (2018). Além dessas referências, recorremos às concepções teóricas de literatura e o direito a ela de Candido (2011), e ao círculo de leitura, no que se refere à escuta, da Bajour (2017). Esse percurso teórico mostra-se potente para contribuir com a formação do leitor literário na EJA. A metodologia utilizada constituiu-se de encontros semanais com os estudantes, e como conseqüência, percebemos a necessidade de incluir a utilização dos espaços da cidade no círculo de leitura, considerando-a um território coletivo que está presente na construção da identidade do sujeito, podendo, então, estará presente no ensino da leitura literária. Entendemos que a leitura de mundo se inicia pela cidade, a ferramenta utilizada para proporcionar tal experiência pode ser efetivada por meio de círculos de leitura.