A pesca dos siris ocorre artesanalmente e com apetrechos de pesca rudimentares. O presente trabalho objetivou descrever a pesca artesanal dos siris capturados no estuário do rio Paripe, ilha de Itamaracá, Pernambuco. A coleta de dados foi realizada entre maio e outubro/2010, em duas etapas: 1. Aplicação de formulários e entrevistas; 2. Descrição dos organismos comercializados. Os espécimes foram comprados, individualizados em sacos e conservados em gelo. No laboratório foram identificados, avaliados quanto ao sexo e desenvolvimento sexual, pesados e mensurados. A pesca artesanal do siri é praticada por homens e mulheres diariamente, na baixamar. Cada pescador trabalha com três apetrechos de pesca que chamam de “iscas”, oferecendo atrativos de carne de aves ou peixes, durante seis horas por dia. Foram analisados 263 siris, distribuídos em 3 espécies: Callinectes danae (76,80%), Callinectes larvatus (22,05%) e Callinectes exasperatus (1,15%). A espécie C. danae esteve representada por 78 adultos e 124 jovens, com largura cefalotorácica – LC entre 35,40 e 102,10 mm, peso médio 40,30 g ± 26,57. C. larvatus apresentou 33 adultos e 25 jovens, com LC entre 37,66 e 82,26 mm, peso médio de 32,07 g ± 17,68. C. exasperatus esteve representado por 3 fêmeas adultas com LC entre 75,67 e 83,36 mm, peso médio de 75,15 g ± 16,16. As fêmeas adultas não são comercializadas na intensidade dos machos, mas complementam a pescaria. Contudo, na condição ovígera são devolvidas ao ambiente pelos pescadores. Os siris são comercializados individualmente sem os apêndices, filé ou apenas seus cefalotórax para bares, turistas e barracas. O valor comercial varia de R$ 18,00 a R$ 20,00 reais por quilograma. Apenas o cefalotórax custa R$ 0,50/unidade e são capturados em média 80 indivíduos/dia, necessários para um quilograma. O domínio da arte da pesca dos siris representa a sua própria sobrevivência e a manutenção dos seus dependentes. Contudo, os pescadores sofrem com as incertezas da captura e, consequentemente com a oscilação das suas rendas.