A PISCICULTURA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DE UM GRANDE PROJETO DE MINERAÇÃO NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Autores

  • Marcos Ferreira Brabo Universidade Federal do Pará
  • Almerindo de Lima Ramos Júnior Universidade Federal do Pará
  • Jhonatan Willians Pimentel Costa Universidade Federal do Pará
  • Thayson da Silva Reis Universidade Federal do Pará
  • Daniel Abreu Vasconcelos Campelo Universidade Federal do Pará
  • Galileu Crovatto Veras Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.18817/repesca.v10i1.1314

Palavras-chave:

Aquicultura, Cadeia produtiva, Criação de peixes, Estado do Pará, Baixo Amazonas

Resumo

A piscicultura continental é uma atividade agropecuária emergente no cenário amazônico, visto que há algum tempo a produção da pesca é insuficiente para atender ao elevado consumo per capita de pescado na região. Neste contexto, algumas iniciativas de criação de peixes têm sido fomentadas como forma de compensação aos impactos ambientais promovidos por grandes empreendimentos, inclusive os voltados ao extrativismo mineral. O objetivo deste estudo foi caracterizar a piscicultura na área de influência de um grande projeto de mineração na Amazônia brasileira. Foram aplicados 30 questionários à piscicultores e efetuadas 10 entrevistas com extensionistas rurais do município de Juruti/PA, no período de novembro de 2015 a fevereiro de 2016. Abordaram-se questões de cunho tecnológico, socioeconômico e ambiental, como: modalidade de produção, finalidade, espécies e manejo alimentar em relação aos empreendimentos; instrução formal, fontes de renda, renda familiar e organização social no que se refere aos piscicultores; e disponibilidade de insumos, beneficiamento da produção, formas de distribuição e canais de comercialização no tocante à cadeia produtiva. Constatou-se que o principal objetivo dos empreendimentos era subsistência e venda do excedente (70%), com predomínio de criações de tambaqui Colossoma macropomum em gaiolas flutuantes (63,3%) e de matrinxã Brycon amazonicus em canais de igarapé (20%). A maioria dos piscicultores utilizava subprodutos agropecuários combinado com as rações no manejo alimentar dos peixes (70%) e já haviam enfrentado problemas com altas taxas de mortalidade (73,3%). O agroextrativismo representava a principal fonte de renda das famílias (70%), que possuíam renda mensal de até dois salários mínimos (63,4%) e contavam com até quatro integrantes (80%). Concluiu-se que as iniciativas de piscicultura apresentavam forte dependência a subsídios e baixa competitividade, fatos propiciados pela estratégia de fomento adotada pela mineradora, pela complexa logística para compra de insumos, pelo baixo poder aquisitivo dos produtores e por sua organização social pouco atuante.

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Publicado

2017-06-12

Edição

Seção

Artigos