COMÉRCIO DE RAIAS DE ÁGUA DOCE NA REGIÃO DO MÉDIO RIO NEGRO, ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL

Autores

  • Wallice Paxiuba Duncan
  • Sandrelly Oliveira Inomata
  • Marisa Narciso Fernandes

DOI:

https://doi.org/10.18817/repesca.v5i2.265

Palavras-chave:

Potamotrigonídeos, raias de água doce, rio Negro, peixe ornamental, Amazônia

Resumo

Este trabalho descreve o comércio, os conflitos da pesca, além dos mecanismos legais que permitiram a exploração das raias de água doce (Família Potamotrygonidae) no Médio Rio Negro, Amazônia Central. Os resultados foram baseados nos dados de captura disponíveis na literatura, entrevistas com pescadores locais, entrevistas com o setor produtivo, além de informações oficiais sobre comercialização e legislação sobre ordenamento pesqueiro das raias de água doce entre os anos de 1998 a 2008. Constatou-se que a pesca comercial de elamosbrânquios já está ocorrendo nas áreas do Rio Negro onde só existia pesca ornamental. A pesca está incidindo principalmente as espécies Paratrygon aiereba e Potamotrygon motoro que são raias de maior porte e que apresentam padrão reprodutivo K-estrategista. Em relação à pesca ornamental, os potamotrigonídeos representam menos de 0,1% do número total de peixes ornamentais exportados pelo Estado do Amazonas no ano de 2003. De acordo com as cotas de exportação regulamentada pelo IBAMA (1998-2008), as principais espécies exportadas foram: P. motoro= 37,5%; Potamotrygon sp. = 34,2%; P. schroederi= 12,8%; P. orbignyi= 11,9% e P. leopoldi= 2%, P. henlei= 1,6%. Considerando o sistema de cotas, desde 1998 foram exportadas mais de 130 mil raias de água doce vivas pelos Estados do Amazonas e Pará. Contudo, se incluídos os dados de mortalidade pós-captura, rejeição e mortalidade mais de 190 mil raias foram removidas de seus ambiente. Globalmente, o valor estimado do comércio das raias de água doce foi de US$ 20 milhões nos últimos 10 anos. Os pescadores locais receberam apenas 0,3% deste total.

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Publicado

2010-09-08

Edição

Seção

Trabalhos Técnicos