EFEITO DA CONDUTIVIDADE NA REPRODUÇÃO E OFERTA DE ALIMENTO EM JUVENIS DE PEIXE-FOLHA, Monocirrhus polyacanthus (HECKEL, 1840) (POLYCENTRIDAE, PERCIFORMES)
Autores
Fabrício Menezes RAMOS
Universidade Federal do Pará-UFPA
Higo Andrade ABE
Universidade Federal do Pará-UFPA
Thiago da Graça HOLLATZ
Universidade Federal de Sergipe-UFS
Rodrigo Yudi FUJIMOTO
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Tabuleiro Costeiros-EMBRAPA
Monocirrhus polyacanthus é frequentemente explorado pelo comércio de peixe ornamental. Há diminuição do seu estoque devido à pesca ornamental e informações para seu cultivo poderão favorecer a inclusão social dos pescadores ornamentais amazônicos e diminuição da pesca extrativista. O presente estudo objetivou conhecer a reprodução do peixe folha em aquários e avaliar procedimentos para seu treinamento alimentar. Foram utilizados seis casais em aquários de 50 litros. Foram avaliados dois níveis de condutividade, 40 e 300 ms.L-1, com 3 repetições, durante 90 dias através da formação de casais, número de postura, número de ovos liberados e preferência do substrato de desova. Para o treinamento alimentar foram utilizados 16 juvenis distribuídos em recipientes plásticos com capacidade de 1 litro, sendo um animal.L-1. Foram testados 3 protocolos para a substituição gradual do alimento vivo, para o inerte e para ração formulada, utilizando náuplio de Artemia sp., larvas de peixe e coração bovino. No controle utilizou-se náuplio vivo de Artemia SP como único alimento durante o período experimental. Cada tratamento teve 4 repetições. Foi avaliado a aceitação e o desempenho dos peixes em cada tratamento. A maior frequência de desovas (n = 8) ocorreu nos aquários com menor condutividade. A fecundidade média foi de 213,1±131,7 ovos. O maior intervalo de desovas foi de 47 dias, e o menor de 15, média de 29,4±11,4 dias. Um casal pode desovar 3 vezes em 90 dias. O uso de larva de peixe congelada proporciona melhores taxas de ganhos de peso e comprimento. Conclui-se desta forma que o uso de água com condutividade baixa aumenta o número de desovas e que essa espécie consome alimento inerte.