O ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DA PISCICULTURA NA REGIÃO DE CAPITÃO POÇO/PA: BASES PARA A CONSOLIDAÇÃO

Autores

  • Marcos Ferreira Brabo Universidade Federal do Pará
  • Daércio José de Macedo Ribeiro Paixão Universidade Federal do Pará
  • Max Wendel Milhomem Costa Universidade Federal do Pará
  • Gerfeson Almeida da Silva Universidade Federal do Pará
  • Daniel Abreu Vasconcelos Campelo Universidade Federal do Pará
  • Galileu Crovatto Veras Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.18817/repesca.v10i2.1313

Palavras-chave:

Aquicultura, Competitividade, Criação de peixes, Estado do Pará, Nordeste paraense

Resumo

A piscicultura continental é praticada em todos os 144 municípios do estado do Pará, sendo desenvolvida principalmente em empreendimentos de pequeno porte que adotam açudes particulares ou viveiros escavados como estruturas de criação. Dentre as mesorregiões paraenses, o Nordeste concentra o maior número de projetos, possui alguns dos principais fornecedores de insumos básicos e apresenta um mercado consumidor relativamente consolidado para peixes produzidos em cativeiro, condições que viabilizaram a formação de alguns arranjos produtivos locais de piscicultura, mesmo que incipientes. O objetivo deste estudo foi caracterizar o arranjo produtivo local da piscicultura na região de Capitão Poço, Nordeste paraense. Foram aplicados 30 questionários à piscicultores e efetuadas 15 entrevistas com extensionistas rurais, analistas ambientais, atacadistas, varejistas e consumidores dos municípios de Capitão Poço e Ourém, no período de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017. Constatou-se que a maioria dos produtores praticava a piscicultura em viveiros escavados (96,7%), com destaque para as criações de tambaqui Colossoma macropomum (56,7%), tilápia Oreochromis niloticus (33,3%) e piauçu Leporinus macrocephalus (33,3%). Os empreendimentos eram predominantemente comerciais (66,7%), os demais tinham como finalidade a subsistência e venda do excedente. Todos os produtores usavam exclusivamente rações comerciais, porém apenas 13,3% realizavam biometrias periodicamente. A comercialização ocorria na própria piscicultura em 90% dos casos, 6,7% vendia em restaurantes e 3,3% na feira livre. Dentre os maiores problemas citados pelos piscicultores estavam: elevado preço das rações comerciais, furtos de peixes e equipamentos, enfermidades nos peixes, burocracia no acesso ao crédito rural e dificuldade de regularização da atividade junto aos órgãos competentes. Concluiu-se que o alto custo de produção, a ineficiência no manejo e a baixa cooperação entre os empreendimentos são os principais fatores limitantes para o desenvolvimento da piscicultura, porém a vocação agropecuária, a expansão recente da atividade e o mercado consumidor são potencialidades regionais a serem exploradas.

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Publicado

2017-12-26

Edição

Seção

Artigos