Com o represamento do rio São Francisco, pela Companhia Hidro Elétrica do São
Francisco (CHESF), para o aproveitamento do seu potencial hidroelétrico, houve a formação de
lagos artificiais, o que possibilitou o desenvolvimento da aqüicultura na região de Paulo Afonso,
Bahia. A piscicultura com o cultivo de tilápia é o ramo da aqüicultura que mais se difundiu no
sertão baiano. Entretanto, vários problemas relacionados a doenças e a predadores vêm acarretando
uma série de prejuízos econômicos aos piscicultores, levando até à inviabilização de alguns
empreendimentos. Dentre esses problemas, destaca-se a predação das larvas, pós-larvas e alevinos
de peixes por ninfas de insetos, o que tem constituído um grande problema, comum não só no
Brasil, mas também em outros países. O presente trabalho tem como objetivo verificar a predação
da noctonecta (Noctonecta sp.) em larvas, pós-larvas e alevinos de Oreochomis niloticus variedade
“QAAT 1”, durante os primeiros 30 dias de cultivo. O experimento foi realizado na Estação de
Piscicultura de Paulo Afonso (EPPA), pertencente à CHESF, no período de 19 de outubro a 18 de
novembro de 2005. As larvas de tilápias foram estocadas em incubadoras, em três tratamentos e
quatro repetições, cada um. Logo após, foram introduzidas as notonectas, visando observar a
predação deste inseto sobre as tilápias e a influência do comprimento deste peixe na predação.
Diante dos resultados obtidos, pode-se afirmar que este inseto aquático é capaz de infligir perdas
significativas no cultivo de tilápias nas fases de larvas, pós-larvas e pequenos alevinos até o
comprimento médio de 11 a 12 mm. A maior incidência de predação do inseto em larvas de tilápias
ocorre quando o predador e a presa apresentam comprimentos equivalentes.