O termo sertão define áreas secas, especialmente no norte ocidental do país. No sentido mais amplo, a palavra designa regiões longínquas ou pelo menos longe do mar, de forma que o termo deixa implícita a escassez de água. No entanto, é notável que durante a colonização do Brasil o termo teve um
significado diverso, ligado às aventuras, dos sertanistas, em terras longínquas, distantes das áreas já colonizadas. Nesta resenha, nos reportamos ao sertão como áreas interiores de baixa pluviosidade, típicas do Nordeste do Brasil, não sugerindo necessariamente à escassez de água. O uso da água evolui e democratizou-se, da simples desedentação humana e animal para uso especializados ligados à arranjos produtivos locais, tais como a pesca e a piscicultura extensiva e mais recentemente a piscicultura intensiva em tanques redes. Este trabalho teve por objetivo analisar esta mudança de paradigma e as questões históricas a ela relacionadas.