Estudos foram realizados com a finalidade de conhecer o papel do zooplâncton como indicador da qualidade ambiental nos estuários dos rios Carrapicho e Botafogo em Itamaracá,
Pernambuco. Coletas bimestrais foram feitas entre agosto de 2003 e agosto de 2004, durante a maré vazante, onde foram delimitadas 4 estações de coleta. As coletas foram feitas através de arrastos horizontais à superfície, utilizando-se uma rede de plâncton com 300 μm de abertura de malha. O material coletado foi acondicionado em frascos e fixado em formol a 4%. Dados hidrológicos também foram simultaneamente coletados. Trinta e um taxa foram identificados para o estuário do rio Carrapicho, destacando-se como dominantes: Acartia (Odontocartia) lilljeborgi Giesbrecht, 1892 (90,51%), Lucifer faxoni (zoea) Borradaile, 1915 (80,51%) e Temora turbinata Dana, 1849 (74,67%). Foram identificados vinte e quatro taxa para o estuário do rio Botafogo, destacando-se como dominantes: Brachyura (zoea) Latreille, 1803 (83,33%) e Acartia (Odontocartia) lilljeborgi
Giesbrecht, 1892 (75,00%). Em relação à densidade no estuário do rio Carrapicho, os maiores valores ocorreram na estação C3 fev/04 (338.361 org.m-3) no período seco. No período chuvoso, os maiores valores ocorreram na estação C3 jun/04 (124.401 org.m-3). No estuário do rio Botafogo, os maiores valores de densidade ocorreram na estação B4 out/03 (66.074 org.m-3) no período seco. No período chuvoso, os maiores valores ocorreram na estação B4 jun/04 (65.532 org.m-3). A diversidade nos estuários dos rios Carrapicho e Botafogo (2,28 bits; 1,91 bits/ind) foi considerada média e a
equitabilidade foi baixa (<0,5), indicando comunidade em desequilíbrio nas duas áreas.