O aumento das doenças cardiovasculares tem levado à descoberta de novas fontes de compostos anticoagulantes, e os polissacarídeos sulfatados (PS) têm despertado grande interesse nas ciências médicas. No entanto, o emprego de diferentes técnicas pode influenciar o rendimento final de PS. Avaliou-se a eficiência de duas metodologias de precipitação (M I e M II) de PS da alga marinha verde Caulerpa racemosa, comparando o rendimento, o fracionamento e a atividade anticoagulante. Inicialmente, os PS totais foram extraídos com
papaína bruta, em tampão acetato de sódio 100 mM (pH 5,0) contento cisteína 5 mM e EDTA 5 mM, sendo realizadas quatro extrações consecutivas. Em seguida, os PS foram precipitados com uma solução de cloreto cetilpiridinio a 10% (M I) e, alternativamente, com álcool absoluto (M II). Os extratos foram analisados por cromatografia de troca iônica em coluna de DEAE-celulose da qual foram separadas frações através de um gradiente de NaCl. A atividade anticoagulante foi avaliada através do tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) utilizando plasma humano, sendo o tempo de coagulação registrado em um coagulômetro. Os resultados mostraram que tanto o rendimento como os perfis cromatrográficos foram diferentes entre os métodos. A espécie apresentou frações com potentes atividades anticoagulantes quando concentradas com etanol absoluto (M II) seguido do fracionamento com 1,8 e 2,0 M de sal em DEAE-celulose, cujos prolongamentos foram, pelo
menos, 4,6 vezes superiores aos tempos registrados nas frações do M I, não sendo estas atividades dependentes da propriedade metacromática dos PS. Desta forma, a utilização de apenas etanol seria uma forma mais econômica de obtenção desses compostos para avaliação das propriedades anticoagulantes de C. racemosa.
